Série COSMOS – A SPACETIME ODYSSEY. Crítica.



No último fim de semana, após uma maratona da série COSMOS – A SPACETIME ODYSSEY, a versão repaginada da série apresentada por Carl Sagan nos anos 80 , posso comentar com vocês minhas percepções desta grandiosa série científica.
Em primeiro lugar, quem tem interesse em ciência, ainda que mínimo, tem de ver, ponto. A série é incrível, muitíssimo bem feita, os conceitos são didaticamente explicados, enfim, é uma festa para os olhos e para o cérebro. Dito isso, Cosmos é fundamentalmente sobre ciência, sobre o passado, o presente e o futuro do universo, e sobre a história de várias pessoas que nos ajudaram a compreender melhor toda a realidade física que nos rodeia. 

A religião e sua relação com a ciência aparecem como coadjuvantes, até mesmo figurantes, diria. Talvez alguém pense que a série minimiza o papel da religião na história do desenvolvimento científico; eu prefiro achar que essa questão simplesmente não estava entre os objetivos da série. Tanto a religião é mera coadjuvante em Cosmos que o episódio em que ela tem um papel mais proeminente é justamente o de estreia, que conta a história de Giordano Bruno. 

É interessante notar que o segundo episódio, que trata da evolução, dava muita margem para reflexões sobre a relação entre ciência e fé, mas os responsáveis pela série optaram por não entrar de cabeça na polêmica. O apresentador de Cosmos, Neil DeGrasse Tyson, diz apenas que a teoria causou alvoroço por questionar a crença de que tínhamos sido criados separadamente.

Além dos personagens, alguns outros temas caros ao diálogo entre ciência e fé também aparecem de relance em Cosmos: o papel da ciência como “purificadora” da religião, eliminando a superstição e oferecendo explicações que debilitam a noção de “Deus das lacunas”, aparece nos episódios 3, 6 (“Deeper, deeper, deeper still”) e 11 (“The immortals”).

 E um ou outro podem interpretar o discurso final da série, que fala em “questionar a autoridade” (tema que também aparece em “Hiding in the light”, episódio 4 do DVD e 5 na televisão) como um ataque à religião, mas eu discordo: Tyson critica o fanatismo, não a religião.


É uma ótima série para os adoradores da ciência, mas nem tanto para os fanáticos religiosos


Um comentário:

  1. Baita texto...Einstein já dizia que fé e ciência não andam separadas...

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