O filme “O Jogo da Imitação”, dirigido por Morten Tyldum, conta, de maneira fiel, parte da história da vida do matemático britânico Alan Turing, tido como o inventor do computador. A atuação de Benedict Cumberbatch como Turing é admirável. Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), convocado pelo governo do primeiro-ministro Winston Churchill, o cientista criou uma máquina que permitiu que se revelasse a criptografia alemã. Espécie de pré-computador, a engenhoca desvendou os recursos da máquina Enigma, que produzia uma criptografia de qualidade. É possível que, graças a este trabalho, a batalha tenha durado menos. Porém, em 1952, Turing se suicidou (gostava do filme “Branca de Neve e os Sete Anões” e certamente por isso pôs cianeto numa maçã e a comeu). Só tinha 41 anos. A lei da Inglaterra considerava ilegal o relacionamento sexual entre dois homens (ou duas mulheres) e o pesquisador de Cambridge foi detido. Para evitar a condenação à prisão, aceitou fazer um tratamento, uma castração química, que provocou efeitos colaterais: suas mãos tremiam e as mamas cresceram. É quase possível sugerir que o Estado o matou.
A história da quebra as cifras da Enigma não começou com os ingleses e com Turing. “Agentes poloneses se infiltraram na fábrica em que uma versão aprimorada da máquina estava sendo construída e descobriram os detalhes precisos de seu projeto. Três jovens matemáticos da Universidade de Varsóvia, liderados por Marian Rejewski, então desenvolveram um conjunto de fórmulas pelas quais o código podia ser lido”, registra Norman Davies. “O projeto Ultra (…) atraiu”, em 1939, “um extraordinário conjunto de excêntricos, cientistas, linguistas e matemáticos, com destaque para um gay solitário de Cambridge chamado Alan Turing.”
Marian Rejewski (polonês) e Alan Turing (inglês) |
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