George R.R Martin além de Game Of Thrones




  Wild Cards, escrita pelo querido e amado George R.R Martin (Game of Thrones). Conta com 22 livros escritos e publicados, no Brasil só foram traduzidos 5 exemplares pela editora Leya. A história foi criada por George R.R Martin na sua juventude, junto com alguns amigos como um jogo de RPG, para diversão. Como se tornaram obsessivos pelo jogo, deixando de lado a vida social e trabalhos para se dedicarem a ele, decidiram ganhar dinheiro com o mundo criado, transformando em uma coletânea de histórias e publicando-as como livros.

  Um vírus alienígena chega a terra de forma trágica, ao roubá-lo de seu próprio planeta, o alienígena Tachyon sofre um acidente, com a nave que carregava a ogiva viral, caindo em nosso planeta, após o acidente um mafioso encontra a bomba antes das autoridades e a usa para ameaçar Nova York. Num ato heroico o piloto conhecido como Jet Boy tenta salvar a cidade, sem saber o que a ogiva carregava. Falha e ajuda a detoná-la em cima da cidade, espalhando o vírus pelos Estados Unidos e o mundo. Milhares morrem, alguns se tornam “aberrações” e outros tiram a carta de sorte pois se tornam verdadeiros heróis com poderes, estilo mutantes X.  Assim começam histórias de intriga e superação daqueles que tiraram a sorte grande e os que sofreram as deformidades do vírus.

 O mais interessante é que não se trata apenas de heróis salvando o mundo, mas de pessoas que eram normais e agora carregam responsabilidades nas costas, além dos poderes, cada personagem é “normal” com dificuldades pessoais, dilemas, paixões e lados obscuros, “heróis” alcoólatras que não acreditam em nada pelo que lutam, são pessoas com problemas tentando salvar um mundo, mas não conseguem se salvar. A humanidade vem acima dos poderes, há várias passagens com fatos históricos modificados para se encaixar nos personagens da série e a evolução de cada um deles é feita de forma fantástica também, ninguém escolheu seu destino, mas todos acabam por arcar com as consequências.

 Para o pessoal chegado a histórias de super-heróis com certeza irão gostar e se apaixonar pelos livros.

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Sobre livros #2 - Trilogia dos Espinhos



Saudações, aprendizes! Hoje vamos falar sobre a Trilogia do Império Destruído, ou Trilogia dos Espinhos!

Arte oficial das capas da trilogia, por Jason Chan
 Este texto pode conter spoiler e prejudicar sua experiência, caso não tenha lido ou esteja familiarizado com o livro. Leia por sua conta e risco.

Livros: Prince of Thorns; King of Thorns; Emperor of Thorns.
Série: Trilogia dos Espinhos
Autor: Mark Lawrence
Nº de páginas: 360; 523; 525
Editora: Darkside Books

 The Broken Empire Trilogy, ou Trilogia dos Espinhos no Brasil, narra a brutal saga de Honório Jorg Ancrath ao trono do império. A trama pode ser classificada como fantasia grimdark, um subgênero que se caracteriza pela brutalidade do cenário, com personagens cinza e uma linha tênue ou mesmo inexistente separando o bem e o mal.
 Você vai ler por aí que Jorg é um herói às avessas, um anti-herói ou outra coisa do tipo. Deixemos um pouco de lado a definição exata exata de herói/anti-herói, visto que não há motivo para classificá-lo de tal maneira.
 Porque Jorg é um vilão, e ponto.

 Lawrence nos mostra isso nas primeiras páginas de Prince. Sabemos de início que, quando criança, Jorg testemunhou o assassinato de sua mãe e de seu irmão mais novo. Escapou apenas porque um de seus guardas reais o atirou entre os arbustos na beira da estrada.
 Mas o arbusto era roseira-brava, que não solta e, quanto mais o infeliz tenta se mexer e se debater, mais os espinhos cravam em sua pele. De onde estava, pôde ver tudo acontecer, enquanto a roseira-brava fazia seu trabalho.

 
Arte da capa de Prince por Jason Chan


"-Os espinhos me ensinaram o jogo."
                    -Jorg Ancrath




 Após ser resgatado, Jorg passa por um período de quase tortura enquanto tentam tentam salvá-lo, pois a roseira-brava não costuma deixar sobreviventes. Em sua mente, portas haviam sido abertas. Portas que não deveriam ser abertas, muito menos por uma criança...
 Após descobrir algo perturbador sobre o ataque do qual sobreviveu, Jorg foge do castelo do pai e passa a viver por anos com um grupo de bandidos de estrada. O tempo passa e ele se torna um verdadeiro canalha. Saqueador, estuprador e assassino, em momento algum o autor tenta esconder isso. A primeira cena do livro se passa em uma aldeia sendo saqueada e incendiada pelo grupo de bandidos conhecido como Irmandade, comandado pelo príncipe em questão.
 Jorg, então, resolve voltar para casa. Espera encontrar o pai e colocar em prática seus planos e objetivos.
 Um objetivo simples, na verdade.
 Que com quinze anos, já seria rei.

 "Alguns homens conseguem acertar na mosca a centenas de metros. Eles não miram melhor porque assim desejam, não são mais certeiros porque defendem o que é justo. Eles apenas atiram com mais precisão. Agora, quanto a mim... Eu apenas me vingo melhor do que a maioria. Você pode considerar isso um dom."
-Trecho de Prince of Thorns
 
 Essa é a base da trama do primeiro livro. Para não dar mais spoilers, vamos ao segundo...

Arte da capa de King por Jason Chan


 Em King of Thorns, Jorg é o rei de um pequeno reino. Como no livro anterior, a história alterna entre os acontecimentos do passado e do presente, e vemos Jorg viajar pelo império destruído em busca de recursos e aliados para vencer uma guerra que já parece perdida.

 Isso porque Orrin de Arrow, o príncipe prometido, é o mais poderoso candidato ao trono do império. Um homem justo e certo, Orrin é generoso com seus aliados e bondoso com o povo.
 Mas Jorg não é um homem capaz de se ajoelhar...

 Neste livro também acompanhamos parte da história pelo ponto de vista de Katherine, a mulher que Jorg deseja mais do que ninguém.

 King foi, na minha opinião, o melhor livro da trilogia. Teve um objetivo muito mais claro do que o primeiro livro, e a narrativa foi muito mais empolgante. Do primeiro ao último capítulo, ficamos curiosos para saber o há dentro daquela maldita caixa...

 "Memórias é tudo que nós somos. Momentos e sentimentos, capturados em âmbar, amarrados em filamentos de razão. tira a memória de um homem e tomará tudo dele. Desbaste uma lembrança de cada vez e você o destruirá tão certamente como se martelasse prego após prego em seu crânio."
-Trecho de King of Thorns


 E, finalmente, vamos ao terceiro:


Arte da capa de Emperor por Jason Chan

 Emperor of Thorns fecha a trilogia sobre Jorg Ancrath de forma magistral. Passada a batalha contra o príncipe de Orrin, desta vez acompanhamos Jorg rumo ao trono do império.

 Novamente o livro nos mostra os acontecimentos em dois tempos distintos: passado e presente, entrelaçando a história com o livro anterior e trazendo novas e interessantes perspectivas à trama.

 Jorg dessa vez reúne seu séquito e parte para o congresso, evento que ocorre a cada quatro anos, onde os reis se reúnem para tentar escolher um imperador.

 Paralelo a isso está o Rei Morto, o mais terrível dos antagonistas de toda a série. Capaz de meter medo no mais terrível dos necromantes, esse novo vilão envolto em mistério também marcha com sua tropa de mortos vivos em direção ao congresso, onde um confronto com Jorg será inevitável.

 A trama envolvendo o exército de zumbi é mais do que satisfatória. O Rei Morto esconde um segredo, que um leitor atento pode vir a desvendar antes da hora...

"Deixe um homem jogar xadrez e diga a ele que todos os peões são seus amigos. Diga que ambos os bispos são santos. Faça-o lembrar de dias felizes à sombra das torres. Deixe-o amar sua rainha. Veja-o perder tudo."
-Trecho de Prince of Thorns

 Sobre o cenário:

 Um ponto que vale destacar é a ambientação. Embora o império destruído possa parecer um cenário de fantasia medieval comum, ele esconde muitos segredos. A grande sacada do cenário se torna óbvia no segundo e terceiro livro, mas diversas pistas podem ser encontradas no primeiro volume.

Mapa do império destruído. Acho que já vi isso em algum lugar...

 Personagens:

 Como a trilogia é toda narrada em primeira pessoa, fica meio óbvio que o único personagem realmente aprofundado é o Jorg. No entanto, entre um capítulo e outro, Lawrence descreve em pequenos parágrafos algo sobre as personalidades dos irmãos de estrada.
 Apenas alguns exemplos:

 "Muito tempo atrás, nos dias calmos, o irmão Grumlow esculpia madeira, trabalhava com serra e cinzel. Quando tempos difíceis vêm, carpinteiros tendem a ser pregados em cruzes. Grumlow pegou a faca e aprendeu a esculpir os homens. (...)"

 "Irmão Sim se mantém fechado e você nunca irá conhecê-lo, não importa quais palavras vocês troquem. Ele sussurra algo a cada homem que mata. Se ele dissesse aquilo a um homem e o deixasse viver, talvez eu tivesse perdido um matador."

Sobre a edição:

 A edição da Darkside é linda, resultado de um trabalho feito com esmero. Os livros foram lançados em capa dura e apenas a capa já é de encher os olhos. Ponto positivo para a editora.

Considerações finais:

 No geral, a Trilogia dos Espinhos é mais do que recomendada para quem curte uma fantasia mais crua, mais dark. Não é livre de defeitos, com alguns personagens clichê e diversos momentos Deus ex machina. E pode, é claro, não ser do agrado dos mais puros de coração, seja pelo aspecto vilanesco do protagonista ou pela brutalidade do cenário. De qualquer forma, é uma saga mais do que obrigatória para os fãs de literatura fantástica, principalmente para os órfãos sofredores de Game of Thrones ( tipo eu. Pô, tio George, escreve aí...)
 
 Eu recomendo!

"(...)é isso que somos, irmãos, sangue e sujeira. E nada pode nos lavar, nem o sangue dos inocentes, nem o sangue dos cordeiros.(...)"
-Trecho de Emperor of Thorns


 E não se esqueçam, acessem o Baú do Arquimago para mais histórias!

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Tengen Toppa Gurren-Lagann:Avançando Sempre

Ficha Técnica

Direção: Hiroyuki Imaishi
Estúdio: Gainax
Emissora de Tv: Tv Tokyo

Jeeha é uma cidade subterrânea que prospera e aumenta conforme a força de seus escavadores. Simon é um deles, um dos melhores, adora ficar procurando tesouros e descobrir para oque funcionavam, mas como passa o dia escavando, fica muito sujo e os jovens da cidade o desprezam, exceto Kamina.

Kamina trata Simon como irmão apesar de não haver nenhum parentesco entre eles, tem um sonho de ultrapassar os céus e ir alem do teto, normalmente inclui Simon no plano, o mesmo da errado e os dois são punidos, até cair um "monstro gigante" e abrir as portas de um novo mundo para ambos.


Tengen a primeira vista parece um Shonen convencional, se fosse só isso essa crítica seria menos também. não é fácil em alguma classificação, mas o mais próximo pode ser Mecha Sci-Fi.


O anime começa com uma critica social bem interessante sobre o encaixe das pessoas que fazem nossa sociedade expandir. Qual o real valor que damos para elas?

A certeza de Simon que um diatudo irá desabar e não pode-se fugir junto ao fato de seus pais terem morrido em um desmoronamento, o fazem não querer acreditar que exista algo alem da sua vila, quando outros acontecimentos o obrigam a se levantar após cada golpe que a vida lhe da, você acredita pois ele já passou por bastante coisa.

Existem lutas incríveis de Mecha, mas o que mais conquista é o caráter filosófico que a história tem,sobre o que é governar, o poder do medo nos ignorantes, o que se fazem com guerreiros em tempo de guerra, é uma história emocionante que nos ensina sempre evoluir.

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Batman X Superman - O Alvorecer da Justiça (Batman X Superman - Down of the Justice) - Crítica



Se você pretende ver Batman x Superman aguardando o que já está habituado a assistir nos filmes da Marvel Studios, esqueça. Esse filme definitivamente não é para você. Nem perca seu tempo lendo isso. Supondo que tenha continuado e esteja curioso mesmo assim pra saber mais do filme ou que entenda que a Marvel e DC tem identidades diferentes tanto nos quadrinhos quanto cinematograficamente,  cada uma é boa a sua maneira, você está no lugar certo. Afinal, ninguém vai ao cinema pra assistir os personagens DC num filme da Marvel ?

Desde que Zack Snyder anunciou que a sequência de Superman: Man of Steel, teria o Batman, houve inquietude no universo nerd, antes mesmo de sua concorrente anunciar a famosa saga Guerra Civil, a DC pela primeira vez saiu na frente da Marvel, dizendo que o filme não só conteria o Batam, mas que este seria o algoz do homem de aço. Com a escolha de Ben Afleck para o papel de Bruce Wayne/Homem Morcego, o universo nerd ficou com o pé atrás devido ao fracasso de Demolidor. Porém após os primeiros teasers e trailers, era notável que o ator fazia por onde, chamando seu parceiro de Argo, Cris Terrio, para ajudar no desenvolvimento do roteiro juntamente com David Goyer(Batman - o Cavaleiro das Trevas, Superman - O Homem de Aço), mostrou o respeito e seriedade do astro para o filme.

Os eventos do filme, ocorrem um ano e meio após a luta de Superman contra Zod em Man Of Steel, onde Bruce Wayne presencia a destruição de Metrópolis, se vê confrontado com um homem que pode destruir o planeta facilmente, sentindo-se na obrigação de salvar o mundo de um alienígena super poderoso. Superman é um divisor de águas, pois as pessoas o amam ou o odeiam. Referências dos quadrinhos rolam soltas no filme, tanto os do Batman quando os do Superman. Os fãs mais atentos, reconhecerão “O Cavaleiro das Trevas”, “A morte de Superman”, “Lex Luthor - Homem de Aço”,” Trindade”, dentre outros, são referências que dão o seguimento à história.

Sim. Ben Afleck é o melhor Batman/Bruce Wayne já apresentado até o momento. Não á dúvidas disso. Com ele, você tem a oportunidade de ver o Cruzado de Capa que sempre quis ver num filme. Não estou dizendo que são apenas alguns elementos, mas desde o detetive estrategista perito em artes marciais ao playboy bon vivant que se preocupa com seus funcionários, é possível dizer que ele nasceu para o personagem, e Batman é retratado como é. Um homem com várias perícias e conhecimentos. Já Henry Cavil repete seu papel de Superman, agora mais maduro, e consciente de sua responsabilidade com o mundo, sendo visto para uns como um novo messias ou um deus entre nós. Mais salvador e menos destruidor. Jesse Eisenberg(A Rede Social), faz um Lex Luthor excêntrico e megalomaníaco, com uma obsessão em “salvar” a humanidade da “ameaça” de Superman. Amy Adams como Lois Lane, intensifica o lado investigatório de repórter. Gal Gadot,a Mulher Maravilha/Diana Prince tem pouca participação no filme, mas suas aparições pontuais são cruciais para a história.

A impressão visual característica de Zack Snyder está presente do início ao fim, e casa bem ao filme, bem como os efeitos visuais e edição de som. Dirige as cenas de ação e lutas com maestria. Organicamente. Cris Terrio e David Goyer como roteiristas fazem um bom trabalho, apesar dos momentos lentos do filme, conseguem retomar o ritmo e nos fazer esquecer das lentidões do roteiro mostrando sentido a elas. O já conhecido Hans Zimmer, emprega a trilha sonora do filme o entusiasmo e emoções necessárias a trama, com sua trilha estrondosa e imponente. O tom escolhido pelo diretor, prenuncia o futuro do universo cinematográfico da DC, com um nuance própria, que pode não agradar  fãs e pessoas acostumadas aos filmes de sua concorrente, mas que conquistam pela divergência no mercado. Apesar das duras críticas, é um ótimo ponto de partida para a expansão de seu “DCU”.

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Juan de Los Muertos - Por Thay Avila




Hey pessoal, tudo bom com vocês? Antes de mais nada gostaria de me apresentar. Me chamo Thay e sou responsável pelo grupo All Infected, que divulga as vertentes do Universo Zumbi.
Para todos aqueles que são amantes do tema vim trazer para vocês a nova coluna do Sintonia Cult. Toda semana uma nova postagem e assim você fica sabendo um
pouco mais sobre filmes, livros, jogos e séries. Bem-vindos ao Apocalipse Zumbi =)

Na minha primeira postagem aqui no blog gostaria de falar um pouco mais sobre um filme que tive a oportunidade de assistir ontem intitulado "Juan de Los Muertos".

O que falar sobre Juan de Los Muertos? Primeiramente são raros os filmes cubanos que chegam ao Brasil e fico feliz por esse título ter chegado em minhas mãos de forma tão "sem querer". Foi numa tarde no trabalho que me deparei com a capa de "Juan de Los Muertos", ou "Juan dos Mortos" no português. A princípio não sabia se tratar de um filme com temática zumbi e muito menos ser um filme cubano. Acontece que tristemente esse filme só foi aparecer por aqui 2 anos após o seu lançamento, em 2011.

Pra mim "Juan de Los Muertos" é muito mais do que um filme de zumbis, é uma crítica explícita sobre a economia e o modo de vida do país já que o personagem título do filme tira do caos uma oportunidade, sempre tentando levar vantagem no que acontece.
Achei engraçado as referências culturais, politicas, cinematográficas que eram mostradas no filme. A forma como Juan e Lázaro, personagens principais da película se referem aos zumbis (anarco monarquistas e sodomitas) é digna de boas risadas mas também usa de forma sutil as indiretas ao governo.
Só pela premissa do filme de: "Juan dos Mortos. Matamos seus entes queridos" já vale a pena assistir.

Super indico porém é necessário entender um pouco da política do país para sacar algumas piadas.

Ficaram com vontade de assistir? Me contem o que acharam do filme e qual próximo que gostariam que eu falasse sobre. Mas não se esqueçam, aqui só tem espaço para os Mortos-Vivos!




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Sobre livros #1 - Quando as Bruxas Viajam

Saudações, aprendizes! É um prazer informar que o Baú do Arquimago e o Programa sintonia Cult iniciaram uma parceria de resenhas!Para começar, a resenha de um ótimo livro da série discworld!


Arte da capa por Josh Kirby



Título: Quando as Bruxas Viajam

Série: Discworld nº12

Autor: Terry Pratchett

Editora: Conrad

Nº de páginas: 301

Sinopse:

  Era uma vez um reino encantado, onde tudo acontecia como as coisas devem acontecer nos contos de fadas. Até que surgiu um problema: a princesa Brasirella se recusa a casar-se com seu respectivo príncipe/sapo e, para se esconder da poderosa e autoritária fada madrinha, arruma emprego de servente e se torna uma Gata Borralheira. A fada madrinha está decidida a resolver o caso, porque, como se sabe, as histórias precisam ter final.
  Ninguém pode evitar que a princesa se case com o príncipe, a não ser as bruxas Margrete Alho, Vovó Cera do Tempo e Tia Ogg! Mas, para isso, elas precisarão enfrentar muitos obstáculos, como vampiros, lobos maus, casas que caem do céu e... finais felizes!


Resenha:

  Quando as Bruxas viajam é o décimo segundo livro da série discworld, e o terceiro que tem como personagens centrais as bruxas. Como já disse na resenha de Pequenos Deuses, a série não necessita de uma ordem para ser lida. Você pode se divertir com este livro sem o medo de ter perdido alguma coisa.
  Comprei este livro num sebo, após uma árdua pesquisa na internet. Infelizmente, os primeiros volumes da série lançados pela conrad editora estão esgotados. Apenas exemplares usados podem ser encontrados na internet, muitos a preços incrivelmente altos. Tive a sorte de encontrar este próximo de minha cidade, e fui obrigado a ir buscá-lo.

  Logo de início, confesso que me surpreendi. A leitura foi muito mais fluída do que a maioria dos livros da série. A história começa com a morte de Desiderata Hollow, uma dentre as muitas bruxas no disco. Acontece que Desiderata era uma Fada Madrinha e, como tal, deveria ter treinado uma sucessora.
  Mas não. em seu testamento (na verdade, um bilhete bem ordinário), Desiderata delega sua varinha mágica e suas responsabilidades como madrinha para Margrete Alho, a mais jovem bruxa do coven de Lancre. E quando digo mais jovem, quero dizer menos velha...
  O bilhete continha instruções bem específicas:

  -Você deve ir para Genua;
  -Ella não deve se casar com o príncipe;
  -Não leve aquelas velhas corocas com você.

  As velhas corocas, é claro, são a Vovó Cera do Tempo e a Tia Ogg.
  A partir daí as três partem numa longa viagem até Genua, cada uma em sua vassoura. A vassoura de Vovó, inclusive, só funciona no tranco, o que significa que ela deve correr de um lado pro outro até fazer "pegar"...

  A primeira metade do livro trata-se de uma grande sátira aos filmes de viagem e aos contos de fada em geral, com as três passando pelos mais variados lugares, como uma cidade dominada por um vampiro ou um castelo onde todos estão adormecidos. Por um bosque onde encontram a garota da capa vermelha até uma cidade onde uma corrida de touros explode pela rua. Claro que a passagem das bruxas por tais lugares não é algo insignificante, e todo tipo de confusão imaginável acontece.

  A partir da segunda metade do livro, as bruxas chegam à Genua, onde devem encontrar a princesa Brasirella e impedi-la de se casar. Genua satiriza diversas localidades de uma só vez, misturando vodu e carnaval. Nesta parte também conhecemos a vilã da história, a fada madrinha Lilith, e descobrimos porque ela está obrigando as pessoas a terem finais felizes...

  Personagens:

   O livro é centrado nas três bruxas, satirizando ainda a trindade anciã, mãe e donzela. Vovó Cera do Tempo é rabugenta, teimosa e orgulhosa, mas nos mostra neste livro porque é a bruxa mais poderosa do disco. Tia Ogg é o alívio cômico do trio, bebendo tudo o que vê pela frente e contando suas piadas de duplo sentido. E Margrete Alho, a mais jovem, insegura sobre como se usa a varinha mágica, e frustrada por ter de aturar as outras duas.

  Há ainda a senhora Gogol, bruxa de Genua e especialista em vodu, que também têm interesse em impedir o casamento da princesa Brasirella. Uma ótima cozinheira, além de ser capaz de ver o futuro em seus ensopados. Possui um galo preto chamado Legba.

  Um personagem que merece destaque é Greebo, o gato desgraçado da Tia Ogg. Temido por TODOS os animais da floresta de Lancre, e pai da maior parte dos gatos da região. Cego de um olho, com as orelhas roídas e coberto de cicatrizes, o mascote da tia Ogg protagoniza grandes e engraçados momentos.

  E, como não poderia deixar de mencionar, Morte faz diversas aparições durante o livro, trazendo sempre aquele seu toque de humor ácido e irreverente à trama. Afinal, morre gente em todos os lugares, até mesmo em Genua...

  Sobre a edição:

  Quando as bruxas viajam foi o último livro da série publicado pela CONRAD no brasil. (Os pequenos homens livres, embora tenha sido publicado depois, faz parte da série infanto juvenil.). A editora manteve o trabalho de edição que vinha fazendo nos volumes anteriores, com a capa baseada na original e as mesmas regras para a tradução que, vale ressaltar, foi muito bem feita.

  Felizmente, a BERTRAND BRASIL retomou as publicações de discworld no brasil. Pequenos Deuses e Lordes e Damas foram lançados em 2015, e a editora já anunciou o relançamento de Pequenos Homens Livres, seguido de Um Chapéu Cheio de Céu para 2016.

  Considerações finais:

  Quando as bruxas viajam é um ótimo livro. Rápido de ser lido, indicado para quem quiser dar algumas risadas enquanto viaja pelo disco.

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#25 - Programa do dia 16/03/2016



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Demolidor - 2ª Temporada - Crítica



Demolidor sempre foi maior que um filme. Não que não mereça um, mas tem sua história e seu mundo tem tantas peculiaridades que não seriam bem contados em um filme ou uma série deles. Nesse ponto, a Netflix está fazendo um excelente trabalho com o personagem. Quando Justiceiro e Elektra foram anunciados, a informação foi chocante, pois o primeiro, teve dois desastrosos filmes e a segunda com apenas um, conseguiu ser ainda pior. Personagens fortes e marcantes que deveriam ter uma presença e representações a altura. Fora o fato de não termos um vilão de verdade na série.

Nessa segunda temporada, Matt Murdock/Demolidor(Charlie Cox), enfrenta um novo vigilante que extrapola um limite que ele não consegue. O de matar os criminosos. Ambos tem o mesmo objetivo, porém acreditam em métodos diferentes de realizá-lo. Frank Castle (John Berthal o Shane de Walking Dead) teve sua família assassinada e deseja vingança com o crime organizado de Nova Iorque. Amado por uns e odiados pela maioria, o Justiceiro se torna uma ameaça à segurança pública, cabendo ao Demônio da Cozinha do Inferno interromper as chacinas causadas por Castle. A relação dos dois é muito fiel aos quadrinhos e bem explorada na trama. Pega cenas não somente das páginas de Demolidor, mas da própria HQ do Justiceiro como em “Bem Vindo de Volta Frank”. Ao mesmo tempo que Murdock e Castle se odeiam, entendem e compartilham de um senso de justiça incomum. É tendencioso dizer que John Berthal rouba a cena como Justiceiro, mas não há dúvidas que até agora foi a melhor interpretação do personagem e com certeza merece série solo.

Junto a trama ressurge uma ex namorada de Mathew, Elektra(Elodie Yung de 13º Distrito) que é uma mulher rica que sabe do segredo de Matt e  entende quem ele realmente é. Também treinada em artes marciais, volta para pedir ajuda ao advogado cego, informando que algo muito maior irá acontecer ameaçando o futuro da cidade. A princípio, a personagem se distancia da criada por Frank Miller, mas ao longo da história faz sentido dentro do contexto apresentado na série, tendo papel muito importante na história. E para os sexistas de plantão, ela não usa o famoso "maiô vermelho". A personagem cresce ao longo da série e o que acontece com ela, honra a memória de Miller e satisfaz os fãs dos quadrinhos, ainda sim falta um pouco da ninja assassina durona.

Um dos núcleos mais bacanas da primeira temporada volta para segunda. As cenas de tribunal conseguem ser ainda melhores que as da primeira, dando foco apenas a um caso fortíssima repercusão na mídia. Dessa vez a Nelson & Murdock, enfrenta um a promotoria de Nova Iorque que esconde algo,. Quem rouba a cena é Foggy, o melhor amigo de Matt.  Devido sua importância, Foggy merecia mais espaço na série como um todo. Karen Page evolui mais, aprofundando seu lado Ben Urich e indo atrás de respostas que os dois advogados não encontram. As lutas ficaram ainda mais bacanas. Uma em específico, homenageia a famosa cena do corredor. Para os que ficaram insatisfeitos com o uniforme do Demolidor na primeira temporada, o traje tem uma evolução considerável, ficando mais próximo à roupa vista nos quadrinhos. Ainda sem os "D's" no peito.

Demolidor ainda não é a melhor série do Universo Marvel Netflix. Nem por isso perde em qualidade. A segunda temporada como um todo é bem melhor desenvolvida e os pontos são melhor amarrados. Apesar de abrir portas para novos personagens o centro é o advogado cego e ninja da Cozinha do Inferno, que de dia luta pela justiça através da lei. Enfrenta bandidos, ninjas, ex namorada e sociopata. Dá a cara a tapa, e faz o melhor que pode pela sua cidade mas no fundo é alguém que quer fazer o certo e paga pelas escolhas. Esse sentimento é transparente para o espectador. Faz com que a série cative quem vê. Não é de se admirar que a série ganhe mais uma temporada, pois essa é só uma pequena parte do que o personagem pode oferecer.

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House of the Dead - Crítica

"Estados-Unidos... sol...calor... e jovens corpos fervilhando. Um grupo de estudantes viaja em busca de uma ilha chamada 'Isla de la Muerte', ou em português 'Ilha da Morte' atrás de festa e diversão. O que eles não esperavam é que nessa ilha existe uma lenda onde mortos vagam pela terra e pessoas que lá chegam, por algum motivo não retornam. Até que estranhos ataques acontecem e eles precisam de qualquer jeito uma forma de escapar e de e descobrir o que está acontecendo."



Primeiro preciso informar que ele é baseado em um jogo produzido pela Sega de mesmo nome. Entãããoooo, o que dizer sobre o filme? Olha, particularmente eu tenho 2 opiniões sobre ele.
A primeira é que... esqueça o jogo. Se você está assistindo ele tentando encontrar alguma ligação, alguma conexão com o jogo você vai se decepcionar E MUITO!

Em nenhum momento a história ao menos se parece com nenhum jogo da franquia. A única coisa que eles vincularam foi o logo da Sega no início do filme, durante a festa que rola na ilha, e algumas cenas, que mais parecem Pop-Ups pulando na sua cara com Flashs do jogo. Essa parte até que achei bem legal, porque dá uma quebra naquilo que estamos acostumados a ver. Outra coisa que foi exagerado foi a quantidade de "peitos e bundas gratuitos", se é que vocês me entendem...

Mas, posso dizer que achei a caracterização e maquiagem dos zumbis do filme muito semelhante aos dos jogos. Realmente muito parecidos!
Segunda: isso é um Trash movie!! Não esperem uma obra prima, algo Romeresco". Não esperem nada e o que vier é lucro. É pra sentar na cadeira e se divertir.
Então a minha avaliação final é que: assistivel... mas desligue o cérebro ok?
Bem, esse foi o final da minha crítica de House of the Dead. O que acharam?
Que tal me indicarem mais filmes para comentar? ;D

Autora: Thay Leo Avila




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Dica de Quadrinho: Invencível



"O melhor quadrinho de Super Herói do Universo"

A frase acima, se repete em todas edições de Invencível, criado em 2003, por Robert Kirkman e Cory Walker, sendo publicado pela Image(Spawn,Witchblade, Saga). Espera aí? Robert Kirkman? Lembra desse nome de algum lugar, mas não sabe de onde? Kirkman é o criador da aclamada Walking Dead, que você já sabe de cabo a rabo e dispensa maiores explanações.

Mark Grayson, é filho do maior Super Herói da Terra. O Omni Man, que nada mais é do que um alienígena (sempre um alienígena) que vêm ao nosso planeta para combater o mal e ajudar no desenvolvimento da sociedade e do planeta. Ao menos é o que ele diz(leia e entenda), o pai de Mark, é uma mistura de Sayajin com Superman, de uma forma bem bacana que brinca com os clichês de alieníginas super poderosos vindos de outro planeta.Um adolescente como qualquer outro, Mark estuda, trabalha numa rede de junk food famosa, até que um dia descobre ter herdado os poderes do pai(Voar, invulnerabilidade, super força, super velocidade e poder ficar sem respirar por muito tempo).

Clichê? Sim. E a série é repleta deles. Mas não se engane! Todos são propositais, usados de forma sagaz, ironizando o mundo dos super heróis com humor e críticas ao lado industrial das maiores editoras de super herói do mundo(DC e Marvel), questionando com veemência paradigmas de com tantas mulheres no mundo, porque a maioria dos super heróis são homens? Aborda o sexismo e a minorias sutilmente e de maneira marcante sem deixar a qualidade da história de lado.

Tanto o personagem principal quanto os coadjuvantes, são retratados não apenas como super seres com super responsabilidades, mas como pessoas como eu e você, com preocupações, anseios, alegrias, frustrações e uma porrada de emoções, que chega a ser muito fácil a imersão no mundo de Invencível como se o conhecêssemos tanto como conhecemos o Batman, Superman, Homem Aranha, Goku e por aí vai.


Com Invencível, Kirkman não inventou a roda, mas com certeza, descobriu uma forma diferente dela funcionar. E funciona. No fim fica a pergunta: Sera que é "O melhor quadrinho de Super Herói do Universo"? Sabemos que melhor é um termo meramente relativo, mas o que podemos afirmar com certeza, é que você só vai descobrir lendo Invencível. No Brasil é publicado pela editora HQM, e já está no volume 6, ainda é possível encontrar em sebos.

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#24 - Programa do dia 09/03/2016



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A Bruxa (The Witch) - Crítica


Pelo demasiado alarde, é difícil ficar imparcial sem se sentir curioso com o filme que ganhou o festival de Sundance 2015 de melhor diretor para o estreante Robert Edgers, ainda mais com um orçamento de apenas 3,5 milhões de dólares. Edgers, também responsável pelo roteiro, teve a proposta de trazer de volta um terror que fizesse os espectadores se questionarem quanto rigorosidade da fé, baseado em lendas de bruxas do século XVII. Pesquisou em jornais, diários e todos os documentos da época relacionados a bruxaria na Nova Inglaterra. Não só pelo roteiro e pelo baixo orçamento sua estreia fica notória, mas o trabalho e as minuciosidades do filme impressionam, pois além dos atores falarem o inglês arcaico da época, foram treinados para usar e agir com a tecnologia e os costumes do período que o filme se passa. As casas e os cenários por exemplo, advém disso. Até mesmo o figurino não ficou de fora. Tudo é claro, contribui para que a experiência seja ainda mais veróssimil.

Ambientado na Nova Inglaterra* de 1630, o fanático patriarca de uma família de colonos (Ralph Ineson de Game of Thrones Dagmer Cleftjaw) é expulso de sua comunidade juntamente com sua mulher e cinco filhos, obrigando sua família a viver próximos a uma floresta. Inciando com o sumiço de seu filho mais novo, o bebê da família, Samuel, a culpa recai sobre a primogênita Thimosen (Anya Taylor-Joy), animais começam a ter comportamentos estranhos e as plantações não vingam. A família começa a ruir, quando uma das crianças some e volta possuída por algo que vai contra a fé da família.

A Bruxa não é um clássico filme de terror carregado de clichês como pessoas morrendo, violência, sangue e sustos gratuitos. Isso pode decepcionar pessoas que estejam acostumadas a essa linha do gênero, nem por isso deixa de ser aterrorizante, pois combina imagens que chocam pelo teor macabro aliado a trilha sonora que permite constante tensão. Faz alusões ao sagrado e o profana. Como na cena da repartição do pão que lembra o famoso quadro da Santa Ceia. Sua fotografia é com luz natural e a luz das velas e isso deixa as cenas ainda mais escuras naturalmente.



O terror de A Bruxa, é praticamente de imagens trevosas que sugestionam o espectador ao mal que o filme passa, não entregando cenas de bandeja, fazendo com que o imaginário de quem assiste voe pelo sobrenatural e inexplicável. A tensão psicológica juntamente com o desmembramento da família e o terror que cada um dos personagens passa dentro de si, faz o espectador sair do cinema com um senso de perturbação e esse é o maior acerto do filme, que desde o princípio é desafiador.

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