Narcos - Crítica

Netflix tem se tornado sinônimo de qualidade no que tange às próprias produções. Com Narcos, a nova série que estreou em 28 de Agosto, não é diferente. A produção dirigida pelo brasileiro José Padilha (Tropa de Elite 1 e 2, Robocop), e estrelada pelo também tupiniquim Wagner Moura, mostra a ascensão de um dos maiores traficantes de drogas que o mundo já viu. Pablo Escobar. Não somente Escobar, mas a disseminação da cocaína no final dos anos 70 e a criação de um dos grupos criminosos mais famosos e até hoje existente o Cartel de Medelim.

A série é narrada pelo personagem Steve Murphy(Boyd Holbrook), um policial americano do DEA (departamento anti drogas), que vêm à Colômbia em resposta ao perigo que a nova droga representa para o povo americano. O personagem eficazmente introduzido, tem como objetivo a identificação e empatia do público gringo numa série que é tomada por latinos. Murphy tem como parceiro outro agente do DEA, Javier Peña(Pedro Pascal, Oberyn Martell de Game of Thrones), que faz as vezes do americano com descendência latina, carismático e mulherengo, além de ser a ponte entre os americanos e as operações locais.

A história segue de forma bem simples, mas muito bem explorada pois as narrações em off de Murphy conseguem contextualizar eventos históricos com a ótica pessoal do personagem, e consequentemente, nos dá uma assimilação rápida e fácil. Mas como salientado acima, talvez o único erro seja dar tempo demais ao personagem, talvez por parte da produção com medo de que os Estados Unidenses rejeitassem a série. Já Moura, visivelmente se esforça para entregar um Escobar de qualidade, e tem mostrado cada vez mais amadurecimento em sua carreira, mesmo com as críticas colombianas dizendo que ele não possui o real sotaque do traficante.

Apesar de não possuir nenhuma inovação, Narcos consegue representar bem a guerra sempre atual contra o tráfico, nos proporcionando 10 episódios que conseguem nos prender. E prender tão bem, que já garantiu uma segunda temporada confirmada.